A apertada vitória que o Palmeiras há pouco obteve sobre o Sport/PE pode até ter sido injusta, já que o time, mais uma vez, acertou duas bolas nas traves – uma bem no começo e outra já no fim da partida – e foi superior ao adversário durante todo o jogo. Porém, o resultado deve – e muito – ser comemorado pois, além de ter deixado o Verdão mais próximo da classificação às quartas-de-final da Copa Libertadores da América, ainda deu mais uma mostra de que a equipe parece, de fato, ter aprendido como se disputa esta competição.
E o Palmeiras começou a vencer o jogo quando Wanderley Luxemburgo surpreendeu a todos escalando o time no 4-3-3. Com Willians aberto pela direita e Marquinhos atuando quase como um ponta-esquerda, o treinador deixou o Sport/PE sem saber como se posicionar na marcação durante os primeiros minutos, e por pouco não conseguiu abrir o placar.
Ocorre, porém, que este tipo de situação não dura muito tempo. Equipes experientes, como a que possui o time pernambucano, rapidamente conseguem se acertar em poucos minutos. E foi o que aconteceu. Se defensivamente nosso adversário foi praticamente anulado, já que os dois ex-jogadores do Vitória/BA voltavam para compor o meio quando não tínhamos a posse de bola, ambos não tinham a mesma eficiência quando partiam para o ataque. Assim, o que se viu foi um Palmeiras com presença constante no campo ofensivo, mas com pouco poder de penetração e menor ainda de conclusão.
Ao contrário do que havia feito na última vez em que estivera no Palestra, hoje o Sport/PE praticamente não causou problemas à nossa defesa. Com exceção de uma defesa de Marcos e das costumeiras bolas alçadas por Paulo Baier, o sistema defensivo palmeirense não passou – e nem nos deu – maiores sustos. E, vale lembrar, esta já foi a terceira partida seguida que o time não levou gols.
Tal postura adversária, aliada às dificuldades já citadas acima, indicavam que Luxa mudaria o time no intervalo. Mas, para surpresa geral, ele voltou com a mesma escalação e o mesmo esquema, talvez para mostrar a Willians e Marquinhos que, apesar de tudo, seguia apostando em ambos. Mas nosso treinador precisa entender que nem sempre as coisas funcionam assim: o camisa 11 até quase fez um gol, mas a cada erro que cometia era impiedosa e justamente vaiado e, com isso, foi rapidamente “murchando”.
E esta situação, mais uma vez, deu a Ortigoza a chance de provar que nos pode ser muito útil. Sua entrada em campo mudou todo o panorama, já que o paraguaio chamou o jogo pra si, deu um trabalho danado aos zagueiros pernambucanos, sofreu a falta que causou a expulsão de Hamilton e, de quebra, após sua cobrança desviou para o gol, abrindo o placar. Se quem tivesse feito tudo isso fosse o “Gordo Fenomenal”, estaria em todas as manchetes de jornais esportivos do planeta.
A partir de então, com um jogador a menos, o Sport/PE tratou de administrar a derrota por um placar muito menor do que merecia ter levado.
Agora, a situação é a seguinte: na próxima terça, na Ilha do Retiro, qualquer empate garantirá a vaga ao Verdão. Se o Palmeiras conseguir marcar um golzinho apenas, só perderá a classificação à Quarta Fase da Libertadores se sofrer três, pois um placar adverso de, por exemplo, 2 a 1, ainda nos manterá na competição.
Será fácil? Claro que não. Mas já esteve bem mais difícil, não?
Márcio Trevisan - Ponto Verde.
O time feminino do Palmeiras mais uma vez acredita na vitória, estamos com você PALMEIRAS
